Melanoma

O melanoma é um tipo de câncer de pele que se origina nos melanócitos, as células responsáveis pela produção de melanina, responsável pela cor da pele. Apesar de representar uma pequena parcela dos casos de câncer de pele, o melanoma é conhecido por sua agressividade e potencial metastático, o que torna crucial compreender seus aspectos epidemiológicos, fatores de risco, sinais, tratamentos e prognóstico.

Dados do Brasil e do Mundo

A incidência de melanoma tem crescido significativamente em todo o mundo nas últimas décadas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que, globalmente, haja mais de 350.000 casos novos a cada ano. No Brasil, dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indicam que o melanoma corresponde a cerca de 4% de todos os casos de câncer de pele, com uma incidência anual de aproximadamente 8.000 novos casos.

Fatores de Risco

Diversos fatores aumentam o risco de desenvolver melanoma. A exposição excessiva à radiação ultravioleta (UV), seja natural ou proveniente de fontes artificiais, é um dos principais desencadeadores. Além disso, indivíduos com histórico familiar de melanoma, pele clara, presença de muitos nevos (pintas) ou antecedentes de queimaduras solares intensas têm maior suscetibilidade.

Sinais e Sintomas

O melanoma pode se manifestar de diferentes maneiras, mas a observação de mudanças em pintas existentes ou o surgimento de novas é fundamental. Assim, alterações na cor, bordas irregulares, aumento de tamanho e assimetria são sinais de alerta. A coceira, sangramento e dor, por sua vez, também podem estar associados ao melanoma avançado.

Crédito da imagem: https://www.skincancer.org/ Melanoma subungueal
Crédito da imagem: https://www.skincancer.org/ Melanoma Acral Lentiginoso
Crédito da imagem: https://www.skincancer.org/ Bordas Irregulares no Melanoma

Subtipos

O melanoma pode se manifestar de diferentes formas e subtipos. Dentre os principais tipos estão:

  1. Superficial Extensivo (MSE): É o tipo mais comum, representando aproximadamente 70% dos casos. Ele geralmente se desenvolve na camada superior da pele e tem um bom prognóstico quando diagnosticado precocemente.
  2.  Nodular: Este tipo cresce mais rapidamente do que o MSE e se projeta para camadas mais profundas da pele. Pode ser mais agressivo e apresentar um risco maior de metástase.
  3. Lentigo Maligno: Geralmente ocorre em áreas expostas ao sol, como o rosto, e está associado ao envelhecimento da pele. Apresenta crescimento lento, mas pode se tornar mais agressivo com o tempo.
  4. Acral-Lentiginoso: Afeta as plantas das mãos e dos pés, unhas e mucosas. Além disso, é mais prevalente em indivíduos de pele mais escura. Pode ser clinicamente desafiador devido à sua localização.
  5. Desmoplásico: É uma variante rara e pode ser mais difícil de diagnosticar devido à sua aparência menos pigmentada. Geralmente ocorre em áreas não expostas ao sol e tem um comportamento menos previsível.
  6. Amelanótico: Este tipo é caracterizado pela falta de pigmentação, tornando-o difícil de ser identificado visualmente. O diagnóstico muitas vezes depende de outros critérios clínicos e histopatológicos.
  7. In Situ: Neste estágio, as células cancerígenas estão confinadas à camada mais externa da pele e não invadiram profundamente. É altamente tratável e geralmente não se espalha para outras partes do corpo.
  8. Recorrente: Refere-se a casos em que o melanoma retorna após o tratamento inicial. Pode se manifestar na mesma área ou em locais diferentes do corpo.

Tratamento: Opções e Abordagens

O tratamento do melanoma depende do estágio da doença. Nesse contexto, em estágios iniciais, a cirurgia é frequentemente a primeira escolha. Ela visa a remoção completa do tumor, podendo ser seguida por linfadenectomia em casos de disseminação para os gânglios linfáticos.

Por outro lado, nos casos avançados ou metastáticos, são empregadas terapias mais complexas. A imunoterapia, que estimula o sistema imunológico a combater as células cancerígenas, e a terapia-alvo, que visa componentes específicos das células tumorais, são opções inovadoras que têm demonstrado eficácia significativa.

Prognóstico

O prognóstico do melanoma varia conforme o estágio no momento do diagnóstico. Assim, em estágios iniciais, a taxa de sobrevida é alta, chegando a cerca de 95%. No entanto, em estágios avançados, especialmente quando há metástases, as perspectivas podem ser mais desafiadoras, destacando a importância da detecção precoce.

4 Dicas de Prevenção

  1. Proteção Solar Adequada: Utilizar protetor solar diariamente, mesmo em dias nublados, é essencial. Escolher produtos com amplo espectro de proteção, além de reaplicar a cada duas horas, é fundamental.
  2. Evitar Exposição Excessiva ao Sol: Buscar sombra nos horários de pico de radiação UV, entre 10h e 16h, contribui para a redução do risco. O uso de roupas protetoras, óculos de sol e chapéus complementa a proteção.
  3. Autoexame Regular: Monitorar pintas e lesões na pele é uma prática simples que pode identificar mudanças precoces. No caso de observar algo atípico, consultar um dermatologista é essencial.
  4. Exames Dermatológicos Periódicos: Consultas regulares com um dermatologista permitem avaliações especializadas e detecção precoce de lesões suspeitas.

Considerações Finais

Em suma, o melanoma é um desafio significativo de saúde, exigindo esforços contínuos em prevenção, detecção precoce e tratamento avançado. A conscientização da população, a promoção de práticas saudáveis e a pesquisa constante são pilares cruciais no enfrentamento dessa condição. Dessa forma, a prevenção e a vigilância dermatológica são as melhores armas contra o avanço do melanoma, possibilitando uma abordagem eficaz e aumentando as chances de cura.