Granuloma Anular

O granuloma anular (GA) é uma condição frequentemente autolimitada. Pode afetar pessoas de todas as idades, incluindo crianças e adultos. A forma mais comum é o GA localizado, caracterizado por placas anulares eritematosas ou da cor da pele, geralmente sem escamas, que podem aparecer em várias partes do corpo, como punhos, tornozelos, dorso das mãos e dos pés. No entanto, cerca de 15% dos casos são classificados como GA generalizado, apresentando-se com numerosas pápulas (pequenos caroços) e placas no tronco e extremidades. Existem também formas menos comuns, como o granuloma anular subcutâneo, perfurante e em placas.

Dados epidemiológicos 

Novas informações sobre o granuloma anular sugerem que a sua prevalência exata ainda é desconhecida, mas estudos recentes nos Estados Unidos indicam uma incidência anualizada de aproximadamente 0,04% e uma prevalência anualizada de cerca de 0,06%.

O que causa a doença?

Quanto às causas, embora a etiologia do granuloma anular permaneça incerta, foram relatados vários possíveis desencadeadores, como exposição a certos medicamentos, infecções virais, trauma, picadas de insetos, entre outros. Além disso, há indicações de que fatores genéticos podem desempenhar um papel na suscetibilidade ao GA, embora ainda não esteja totalmente esclarecido.

Quadro clínico

Em termos de apresentação clínica, há uma gama de variações.  Descrevem-se associações potenciais com condições como diabetes mellitus, dislipidemia e malignidade, embora necessitem de estudos adicionais para confirmação.

granuloma anular
Crédito da imagem: Goodheart HP. Guia fotográfico de doenças comuns da pele de Goodheart, 2ª edição, Lippincott Williams & Wilkins, Filadélfia 2003. Copyright © 2003 Lippincott Williams & Wilkins.

Tipos

  1. Granuloma Anular Localizado:
    • Apresenta-se como placas assintomáticas, avermelhadas ou da cor da pele, frequentemente anulares ou arciformes, com uma borda bem definida e elevada.
    • As lesões geralmente crescem lentamente em direção à periferia e podem variar em tamanho, mas a maioria tem menos de 5 cm de diâmetro.
    • As áreas mais comuns de acometimento são os punhos, tornozelos, dorso das mãos e dos pés, embora também possam ocorrer em outras partes do corpo.
    • É comum a presença de múltiplas lesões.
  2. Granuloma Anular Generalizado:
    • Apresenta múltiplas pápulas e placas disseminadas pelo tronco e extremidades, podendo variar de milímetros a vários centímetros de diâmetro.
    • Em pacientes com pele pigmentada, as lesões podem apresentar hipopigmentação ou hiperpigmentação.
    • Geralmente, áreas como cabeça, pescoço, palmas das mãos, solas dos pés e membranas mucosas são poupadas.
  3. Granuloma Anular Subcutâneo:
    • Caracteriza-se por nódulos indolores, únicos ou múltiplos, que estão mais profundamente na pele ou na derme subcutânea.
    • Os nódulos podem ser estar no couro cabeludo ou nas extremidades e são cobertos por pele aparentemente normal.
    • Tendem a ter menos de 4 cm de tamanho e são frequentemente observados na parte anterior das pernas, mãos, cabeça e nádegas, especialmente em crianças.
  4. Granuloma Anular Perfurante:
    • Nesta variante, ocorre a extrusão de colágeno danificado da derme para a superfície da pele.
    • As lesões inicialmente se apresentam como pequenas pápulas avermelhados, evoluindo para pápulas umbilicados que podem liberar líquido claro ou branco.
    • Podem assemelhar-se a pústulas, localizadas ou generalizadas, geralmente encontradas nas extremidades.
    • Prurido ou dor estão presentes em alguns pacientes, e as lesões podem formar cicatrizes.
  5. Granuloma Anular em Placas:
    • Os pacientes com essa forma de GA exibem manchas anulares ou não anulares sem escamas, localizadas ou generalizadas, frequentemente envolvendo as extremidades proximais.

Como se faz o diagnóstico?

Para o diagnóstico, o reconhecimento das características clínicas é geralmente suficiente, mas em casos duvidosos, pode-se indicar a biópsia para confirmação.

Tratamento

Embora o GA seja geralmente benigno e possa resolver-se espontaneamente ao longo do tempo, algumas pessoas podem optar por tratamento devido ao desconforto ou prurido associado. Opções terapêuticas incluem corticosteroides intralesionais, corticosteroides tópicos de alta potência, inibidores de calcineurina tópicos, hidroxicloroquina, isotretinoína, dapsona, fototerapia ultravioleta B de banda estreita e fotoquimioterapia.

Ademais, é importante ressaltar que o prognóstico do granuloma anular é geralmente favorável, com a maioria dos casos se resolvendo ao longo do tempo, mesmo que isso possa levar anos em algumas situações. No entanto, em alguns pacientes, especialmente aqueles com formas mais extensas ou persistentes da doença, pode haver uma necessidade de monitoramento contínuo e ajustes no plano de tratamento conforme necessário.

Em última análise, o acompanhamento regular com um dermatologista ou outro profissional de saúde qualificado é fundamental para garantir uma avaliação adequada, monitoramento do progresso da doença e ajustes no tratamento conforme necessário, visando, assim, melhorar a qualidade de vida dos pacientes afetados pelo granuloma anular.

Fonte:

  1. Uptodate. Granuloma anular: epidemiologia, manifestações clínicas e diagnóstico. Disponível em: <https://www.uptodate.com/contents/granuloma-annulare-epidemiology-clinical-manifestations-and-diagnosis?search=granuloma%20anular&source=search_result&selectedTitle=1~45&usage_type=default&display_rank=1> Última atualização deste tópico: 02 de fevereiro de 2023.
  2. Uptodate. Granuloma anular: manejo. Disponível em: <https://www.uptodate.com/contents/granuloma-annulare-management?search=granuloma%20anular&source=search_result&selectedTitle=2~45&usage_type=default&display_rank=2> Última atualização deste tópico: 28 de setembro de 2021
  3. Imagem destacada disponível em: https://skinsight.com/skin-conditions/granuloma-annulare/